segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Política e cidadania: o dialogismo da esperança

Entre os séculos VIII e V a.C., desenvolvem-se o esforço para a construção de uma sociedade justa e a busca de um processo de pensamento racional, livre de preconceitos, que vão resultar na democracia e na filosofia. A democracia grega, principalmente a de Atenas, é o resultado de sucessivas lutas: primeiro, ricos e comerciantes sem acesso ao poder contra a aristocracia hereditária que o monopoliza; em seguida, as duas camadas acima que já compartilham o poder contra as classes mais pobres. A democracia representa, assim, um frágil e tenso equilíbrio entre as várias camadas sociais que, apesar das divergências que as separam, adquirem todas o direito de participação política. Paulatinamente, na civilização helénica, a política e o governo tornam-se cada vez mais um assunto e uma actividade especialmente humanos. O homem até seria definido, mais tarde, por Aristóteles, como zoón politkón, isto é, animal político. Cada comunidade grega é uma cidade-Estado (polis) autónoma, com dimensões de um pequeno município. Todas seguiam o modelo de Atenas. E é em Atenas que o zoón politikón aparece na sua plenitude, e disso o ateniense orgulha-se, como uma característica que o distingue de outros povos. Ao contrário dos povos bárbaros, que ele despreza, o ateniense não vive sob o mando de um rei. Ele tem consciência de viver em sociedade, sabe que é ateniense porque é cidadão, e que é cidadão porque participa da vida pública da cidade. Os destinos da polis são de responsabilidade comum de todos os cidadãos, acima dos quais não há nada a não ser as leis que os regem e que eles mesmo elaboraram. Esta mundivivência e mundividência civilizacional do Homem como ser naturalmente participativo e interventivo na vida pública á transversal à história da humanidade. Este é o ideal de vivência pública em sociedade. Viver em sociedade é cultivar a “respublica”, é ser um cidadão responsável, consciente, solidário na construção de uma sociedade que se deseja mais justa, igual e pautado por valores humanistas. Viver em sociedade implica que cada Homem usufrua dos seus direitos em liberdade, mas esteja consciente dos seus deveres enquanto cidadão. Onde cada Homem conheça os valores da liberdade, da cidadania, da ética, da moral, da responsabilidade e da partilha. A política existe porque existe o Homem e deve estar ao serviço dos valores mais nobres de qualquer sociedade. A política existe porque existe a esperança num mundo melhor. É esta esperança que cada cidadão tem de encontrar nos seus políticos, naqueles que legitimamente, porque eleitos por si, têm o dever de governar nunca em função de interesses pessoais ou elitistas, mas em função do bem comum. É porque acredita que existe a política da esperança, a política da partilha, a política da entrega, da dádiva e da igualdade que o MEP se assume como a força política da diferença, como um movimento que procurará colocar a política ao serviço do Homem e do bem comum. A política da responsabilidade e da “respublica” na verdadeira acepção da palavra. José Carlos Pires de Lima Candidato por Viana do Castelo

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