sábado, 1 de agosto de 2009

Esperança – uma palavra com sentido

Em Portugal, hoje em dia, quando se fala de política, a palavra de ordem parece ser “crise”, a bóia salva-vidas dos partidos políticos com necessidade de apelar à maioria absoluta. Toda a gente parece ter uma opinião formada sobre o assunto, porém a realidade aponta para uma população com a confiança fragmentada, vivendo em “condomínio fechado”, que prefere optar por uma democracia não participativa.
No entanto, ler o último livro de Rui Marques, Esperança em Movimento, é avistar no horizonte a Esperança. Não no sentido de esperar que algo aconteça milagrosamente, mas sim uma Esperança inteligente e consistente, capaz de romper a realidade cinzenta mediada diariamente pela comunicação social, capaz de estreitar os ciclos de pobreza, submissão e exclusão em que se encontra mergulhado o nosso país.
Ler Rui Marques, Presidente do Movimento Esperança Portugal (MEP), é acreditar que é possível mobilizar uma comunidade para intervir civicamente no nosso capital social, transformar a adversidade em força e crer que nada pode fragmentar o potencial do nosso país. Em suma, que é possível entornar a pequenez, se soubermos a importância de cada um na nossa sociedade.
Ler Rui Marques é relembrar o significado pioneiro de Política, ou seja, é redefini-la novamente como serviço ao bem comum. É desocultar a realidade do optimismo anónimo para não esquecer conceitos como os de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Em suma, é acreditar que há ainda arquitectos da Esperança, “conduzidos só por árduas esperanças”, tal como o nosso Camões sempre previu. Anabela Gonçalves Coelho

1 comentário:

Clarisse disse...

Admirável obra, este livro do Rui Marques. Ao lê-lo não pude deixar de sublinhar várias passagens, especialmente nos capítulos "Peregrinos e arquitectos" e "VI - O MEP e a política da esperança".
Escreve de forma clara e acessível sobre temas que estão presentes cada vez mais nas nossas consciências. Quando digo nós, refiro-me a um número crescente de cidadãos que valorizam o positivismo construtivo de Barack Obama e têm esperança. Uma esperança alicerçada na tomada de consciência de que cada um de nós é responsável pelo futuro comum, quer apoiando os candidatos eleitorais que nos trazem verdadeira esperança quer através das nossas atitudes no dia-a-dia.
Alguns excertos (entre muitos outros) que gostaria de sublinhar:
“...é preciso desocultar a realidade ... as opções do agendamento mediático e a nossa perturbante cegueira ao que de extraordinário existe, vão deixando na penumbra muitas das grandezas da Humanidade.”; “... Portugal precisa de querer ser melhor, todos os dias, sem hesitações nem desculpas.”; “Leva a sério o desafio de perguntar sempre primeiro “o que podes fazer pelo teu país”, antes que se oiçam as reivindicações do que “o país pode fazer por ti.”

Obrigada Anabela pela deixa.
Obrigado Rui Marques pela audácia da esperança. É preciso coragem para avançar e dar a cara ou “... Um dia acabaremos governados por quem não queremos.”


Acredito que a esperança existe em todos nós. Muitos guardam-na fechada a sete chaves, pelo medo do ridículo, num mundo dominado por notícias que, se deixarmos, nos conduzem ao desespero e descrédito no Ser Humano. Digo, se deixarmos, porque a nossa luta pela esperança pode começar por sermos mais selectivos em relação às fontes de informação. Felizmente, temos cada vez mais escolhas. Embora a tarefa seja árdua, vale a pena. Aumenta a nossa esperança!