terça-feira, 11 de agosto de 2009

Combater a Exclusão Social

As imagens de desespero, pobreza, desânimo e desorientação não são apenas aquelas que vemos nas páginas de jornais e revistas sobre a actualidade, são também aquelas que ficam retidas na nossa memória, durante muito tempo, porque as retiramos de circunstâncias a que assistimos directa e presencialmente. Na semana que passou, presenciei uma situação que me perturbou e deixou inquieta por me sentir tão impotente. Era já madrugada e devido às insónias que me acompanham há anos, decidi espreitar a rua desde a varanda da minha casa. O cenário que se apresentou diante de mim fez-me gelar. Durante aproximadamente 10 minutos vi o desespero de alguém envolvido e dependente do seu ritual de consumo. Não sabia o que fazer e só pensava naquela pessoa, que sozinha numa madrugada fresca de finais de Julho se entregava ao prazer artificial que durante umas horas a droga lhe poderia proporcionar. Estes “cenários” revelam que a desigualdade social ou outro tipo de rupturas sociais podem desembocar em situações de exclusão social, mantendo à margem alguns grupos sociais. A exclusão social“(…)pode ser entendida como uma acumulação de processos confluentes com rupturas sucessivas que, despoletada no centro da economia, da política e da sociedade, vão afastando e «inferiorizando» pessoas, grupos, comunidades e territórios em relação aos centros de poder, aos recursos e aos valores dominantes.” (Estivill, 2003) Assim, quando nos referimos a uma situação de exclusão estamos a referir-nos a situações de “não inclusão”, de “não inserção” e de “não integração” (Silva, 2001) de pessoas ou determinados grupos sociais que se vêem privados do acesso aos recursos da sociedade e ao usufruto de direitos políticos, civis e sociais, ficando o indivíduo desprovido do seu verdadeiro exercício de cidadania. Esta “marginalidade” vivida por alguns indivíduos, gera o seu afastamento relativamente à participação na sociedade enquanto cidadãos de pleno direito. O afastamento do indivíduo das redes sociais e dos recursos da comunidade impedem-no de reconstruir o seu processo de inserção pessoal, familiar, profissional e relacional. Torna-se necessário dotar as políticas de intervenção social de uma nova filosofia que garanta que o indivíduo possa reassumir o papel de cidadão com os direitos e deveres que lhe são inerentes. Não é possível continuar com acções de “remendo” que não devolvem ao cidadão a sua dignidade e a sua autonomia.O MEP, no seu programa eleitoral, tem propostas muito concretas no sentido de que através de um compromisso entre quem governa e quem se encontra numa situação de vulnerabilidade, como o desemprego, possa quebrar e diminuir ciclos de reprodução de pobreza e exclusão social. Assim, convido todos os leitores deste blog à leitura do programa eleitoral do Movimento Esperança Portugal para as eleições legislativas. Sónia Diz

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