Mais recentemente, veio o presidente da CIP Francisco Van Zeller defender que não deve haver aumento do salário mínimo pelo menos durante um ano. "Os salários baixos são necessários para 25% das nossas exportações", pelo que "não é oportuno, este ano, subir o salário mínimo nacional".
Por isso não é de estranhar a posição do presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, João Costa, que no dia de ontem sugeriu ao Governo, através do Ministro da Economia, uma nova modalidade salarial para a industria têxtil, a de “passar a pagar 12 meses de salário ao contrario dos actuais 14 meses”, ou seja reduzir o salário dos trabalhadores.
Mas será que estas pessoas acreditam que é o custo da mão-de-obra que afecta o desenvolvimento do país? Foram os salários dos trabalhadores que originaram a actual crise?
Aconselho todos a lerem o texto do economista João Ferreira do Amaral, publicado em Maio deste ano, no qual avisa que a descida dos salários viria a agravar a situação de muitas famílias e a criar novos desequilíbrios.
Esta opinião baseia-se no facto de que “dado o grande endividamento das famílias e das empresas, uma redução dos salários nominais iria provocar uma redução geral de preços que levaria as dívidas, em termos reais, a subirem e consequentemente a pôr em causa a solvência de muitas famílias e empresas.”
Também Isabel Jonet afirmou que “Portugal tem uma nova classe de pobres - pessoas com emprego mas sem um salário para fazer face ás despesas do agregado familiar.”
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